Para dar respaldo às novas tecnologias, principalmente em termos de desenvolvimento e segurança, é necessário que elas sejam abraçadas pela ciência. Com a eletroestimulação muscular de corpo inteiro (EMS) não é diferente. Inúmeros estudos científicos a respeito foram desenvolvidos na Europa, berço dessa tecnologia.
E o Brasil, que aderiu a esse tipo de treinamento, também entendeu o recado. O Departamento de Educação Física da Universidade Nove de Julho (Uninove), de São Paulo, fez o primeiro estudo brasileiro a respeito, sob o comando de Alexandre Evangelista, doutor em Ciências da Saúde e professor de musculação da entidade.
A ideia desse estudo, que contou com o aval e o respaldo da Associação Brasileira de Eletroestimulação Muscular (Abeem), através de seu presidente, Keko Rodrigues, era mostrar como essa tecnologia pode trabalhar em conjunto com a musculação, favorecendo o ganho de força e a hipertrofia (aumento da massa muscular).
Os testes foram realizados em cerca de 50 alunos (homens e mulheres) do oitavo semestre do curso de Educação Física da Uninove, com características parecidas. Entre elas, a de não ter praticado musculação regularmente até então. Os alunos foram divididos em três grupos: um de controle (que não treinou), um que utilizou a eletroestimulação muscular de corpo inteiro associado à musculação, simultaneamente, e um que fez apenas musculação.
Os grupos ativos realizaram três tipos de exercícios: rosca direta (bíceps), pulley tríceps (tríceps) e agachamento (quadríceps), duas vezes na semana, durante dois meses. Os resultados foram avaliados através de testes de força e de imagens de ultrassom.
No que diz respeito à força muscular, o grupo que utilizou no treinamento a eletroestimulação muscular de corpo inteiro combinado com a musculação, simultaneamente, teve um ganho de 24.3%, 22.0% e 43.2%, no que se refere a bíceps, tríceps e quadríceps (parte anterior de pernas), respectivamente. Entre os praticantes apenas de musculação, esse aumento foi de 15.1%, 22.0% e 20.5%. Em termos de hipertrofia, o ganho foi de 21.6%, 16.8% e 13.0% em relação a bíceps, tríceps e quadríceps, entre os praticantes de eletroestimulação de corpo inteiro junto com a musculação. Em relação aos praticantes apenas de musculação, o aumento foi de 11.9%, 9.0% e 13.0%.
Segundo Evangelista, a conclusão que se chega é que, como se sabe, a musculação proporciona ganhos de força e de aumento da massa muscular. Mas se for associada à eletroestimulação muscular, simultaneamente, o resultado pode ser ainda melhor. E que se o treinamento dessa forma fosse feito por um período maior, esses ganhos seriam proporcionalmente maiores. Esse estudo deve ser publicado, em breve, em algum veículo de comunicação conceituado da área.
Somos a associação representativa da eletroestimulação muscular em todo território nacional, sempre em sintonia com as tendências mundiais do segmento e protegendo os direitos dos profissionais que potencializam o uso da EMS no Brasil.